PREPARAÇÃO DO GRUPO CAMPEÃO ESTADUAL, BRASILEIRO, PANAMERICANO E DA COPA PANAMERICANA-PARTE II
- Borelli
- 22 de ago. de 2021
- 12 min de leitura

RESUMO
A presente investigação têm por objetivo apresentar os modelos de periodizações adotados, alguns aspectos do processo de treinamento e os resultados obtidos pelo grupo infanto-juvenil de Ginástica Aeróbica composto por ginastas da Sociedade Esportiva Palmeiras na temporada 2018 entre os meses de janeiro a dezembro do respectivo ano.
A sistematização do treinamento foi adaptada ao calendário, às demandas da Ginástica Aeróbica, aos objetivos e necessidades das atletas e da modalidade.
A periodização utilizada no primeiro momento foi o modelo clássico de Matveev (conhecida por Periodização Simples) de janeiro até meados de setembro, envolvendo os campeonatos estadual e brasileiro no decorrer do período competitivo.
Na sequência da temporada (de setembro até o início de dezembro) a proposta de planificação evoluiu e foi empregado, visando o Campeonato Panamericano e a Copa Panamericana de Clubes, uma adaptação de um modelo contemporâneo conhecido por estruturação ATR.
Serão apresentados, além da dinâmica das periodizações utilizadas na temporada, os resultados de algumas variáveis e as características dos períodos, etapas e ciclos dos treinamentos propostos em cada protótipo.
INTRODUÇÃO
A Ginástica Aeróbica é um esporte relativamente novo e nos últimos anos vêm ganhando uma maior notoriedade e popularidade. Atualmente, mais de 70 países distribuídos nos cinco continentes, praticam de forma competitiva a modalidade.
Inclusa na literatura do Treinamento Esportivo dentro do grupo dos Esportes de Arte Competitiva e Coordenação Complexa, a Ginástica Aeróbica é uma modalidade de alto rendimento na qual os ginastas realizam uma coreografia (no tempo de 1’ 15” com tolerância de 5” para mais ou para menos na categoria infanto-juvenil, objeto de estudo desta investigação) com movimentos contínuos, de alta intensidade e de coordenação apurada; intercalados com elementos de dificuldade, exigindo um nível elevado de força, resistência e flexibidade.
Na Ginástica Aeróbica existem 3 categorias oficiais classificadas em função da idade que pertencem ao quadro competitivo da modalidade: Infanto-Juvenil (12-14 anos), Juvenil (15-17anos) e Adulto (a partir de 18 anos) competindo em 7 provas distintas: Individual Feminino, Individual Masculino, Dupla Mista, Trio e Grupo (constituído obrigatoriamente por 5 atletas), Aero Dance e Step, sendo as provas Trio, Grupo, Aero Dance e Step compostas sem distinção de gênero em suas formações.
A sistematização do treinamento na Ginástica Aeróbica é multiforme pois se trata de um desporto que combina diversas capacidades e habilidades motoras.
A Aeróbica requer uma grande condição física por parte do competidor, uma correta execução técnica dos elementos de dificuldade, exigente grau de coordenação, ritmo e alto nível artístico através da complexidade coreográfica e conteúdo criativo.
CASUÍSTICA E METAS
Grupo de 5 ginastas infanto-juvenis, idade entre 12 e 14 anos sendo que 2 destas atletas tiveram seu primeiro ano competindo em nível nacional e internacional e as outras 3 com participações já sacramentadas neste estágio de competições.
Objetivos:
Competir o Campeonato Brasileiro na prova grupo (categoria infanto-juvenil) e buscar as primeiras colocações aspirando obter o índice técnico para integrar a Seleção Brasileira na disputa do Campeonato Panamericano e representar a Sociedade Esportiva Palmeiras na Copa Panamericana de Clubes, com ambas competições sendo realizadas na cidade de Lima (Peru) e tendo como objetivo final ser medalhistas nas duas competições.
CALENDÁRIO
O calendário das competições de Ginástica Aeróbica no Brasil é bastante restrito com torneios programados a partir do segundo semestre do ano, sendo as principais competições (para as equipes de São Paulo) os campeonatos Estadual e Brasileiro da modalidade.
A classificação e as notas no certame nacional costumam servir para garantir as vagas disponíveis na Seleção Brasileira de acordo com cada categoria e prova e também como índice de aprovação técnica para a participação em competições internacionais.
A figura 01 apresenta o calendário das competições planejadas para a temporada 2018.

PERIODIZAÇÃO DO TREINAMENTO
O treinamento neste esporte é um processo sistêmico, pedagógico, tutorial e organizado que busca elevar as possibilidades funcionais dos atletas através da aplicação gradual das cargas de acordo com as características da modalidade.
Cada rotina é diferente levando em conta as particularidades próprias dos executantes, tendo por objetivo alcançar um rendimento ótimo e uma maestria esportiva que permita a execução de uma coreografia com o mínimo de erros, e para que isto ocorra faz-se necessário estruturar o processo de treino em períodos e etapas.
A Aeróbica é um esporte de alto impacto e os atletas de elite treinam entre 20 e 30 horas semanais, com uma média de 4 a 5 horas por dia.
O treinamento, em determinado momento da planificação, deve ser muito específico e exigente, estar periodizado segundo o calendário de competições e baseado no trabalho das capacidades e habilidades físicas envolvidas na Ginástica Aeróbica, a destacar resistência, força e flexibilidade.
Todo o processo de preparação do(s) macrocilo(s) está diretamente ligado aos períodos, etapas, mesociclos e microciclos, com suas respectivas características, relacionadas com a aplicação racional e progressiva das cargas de treino.
Apesar de algumas críticas atuais com relação a efetividade da periodização outros diversos estudos sustentam a eficácia dos treinamentos periodizados que, através da sua lógica e conceitos referentes a organização e planejamento do tempo junto aos tipos e cargas de treino relacionados com os períodos e ciclos, encaixam-se perfeitamente para serem aplicados, por exemplo, nos atletas em formação e das categorias de base que necessitam da construção de um lastro efetivo da sua condição físico-técnica a médio e longo prazo, fundamental para a evolução do praticante nestas situações em modalidades como a Ginástica.
MODELO DE PERIODIZAÇÃO UTILIZADO PARA A TEMPORADA DE 2018
A categoria infanto-juvenil (12-14 anos) engloba pubescentes e adolescentes que possuem particularidades distintas relacionadas com a maturidade, crescimento, desenvolvimento e aspectos fisiológicos além de incluir ginastas com diferenças significativas pertinentes ao nível físico,técnico e tempo de treinamento.
Dentro deste quadro é fundamental priorizar um modelo de periodização longo que tenha um período preparatório prolongado para que haja tempo suficiente de aplicação de cargas com conteúdos de preparação geral, necessárias para dar uma base maior para as atletas mais novas e também às menos experientes.
Esse tipo de prática, além de promover um maior equilíbrio entre as integrantes do grupo, no final do processo torna-se também um importante fator minimizador do risco de lesões em função das características dos tipos de cargas e sua aplicabilidade gradativa e com períodos de recuperação programados, distribuídas racionalmente no decorrer de todo o macrociclo.
Para o primeiro momento que vai do início dos treinamentos (janeiro) até o campeonato brasileiro (setembro) a periodização elegida foi a clássica de Matveev com um único pico competitivo (Periodização Simples).
Alguns fatores justificaram essa escolha como: a faixa etária das participantes (12-14 anos), o tempo alongado do macrociclo, as características heterogêneas do grupo, a duração prolongada do período preparatório e sua divisão em períodos e etapas bem definidos, a aplicação de cargas distribuídas no decorrer da preparação e possibilidade de atingir um único pico pois a distância entre a primeira competição (Estadual) da competição alvo naquele momento da temporada (Campeonato Brasileiro) foi de apenas 2 semanas.
Já no segundo momento (setembro-dezembro) tendo como competições principais o Campeonato Panamericano por seleções e a Copa Panamericana de Clubes, a opção empregada foi uma adaptação de um modelo contemporâneo de periodização com etapas mais curtas, objetivos bem específicos e dirigidos para cada ciclo e com aplicação de cargas mais concentradas caracterizando um modelo conhecido por ATR (Acumulação, Transformação e Realização).
A figura 02 mostra a utilização sequenciada dos 2 modelos que tiveram um excelente encaixe, pois a preparação geral dedicada de forma volumosa no modelo clássico criou a base perfeita para a aplicação das cargas mais dirigidas e concentradas solicitadas pelo ATR.

MONTAGEM DO MACROCICLO E MÉTODOS DE TREINAMENTO
1° MOMENTO – CAMPEONATOS ESTADUAL/ BRASILEIRO (SETEMBRO)
O 1° momento da temporada teve como objetivo principal o Campeonato Brasileiro (14-15/set) com o propósito de pleitear os primeiros lugares na competição e uma das vagas disponíveis para integrar a Seleção Brasileira da modalidade e disputar o Campeonato Panamericano por seleções e a Copa Panamericana de Clubes.
Pelos motivos já explanados anteriormente a opção foi pela periodização clássica (modelo simples) na linha de Matveev.
As principais características referentes aos períodos, etapas, metas e distribuição de carga deste modelo de periodização estão explanadas nas figuras 03 e 04.


O macrociclo foi composto de 35 semanas, sendo 22 delas dedicadas ao período preparatório, subdivididas em 7 semanas para a etapa geral I, 8 para geral II e 7 para a etapa específica.
No período competitivo foram utilizadas 13 semanas subdivididas em 4 para a etapa pré-competitiva e 9 para a competitiva culminando com as 2 competições deste primeiro momento da planificação, os campeonatos Estadual e Brasileiro. (Vide figura 05)

As figuras 06, 07 e 08 explanam os objetivos principais do treinamento nos respectivos períodos e etapas no modelo utilizado para o 1° momento da temporada.



CONSIDERAÇÕES SOBRE O 1° MOMENTO DA TEMPORADA
O macrociclo proposto obteve êxito tanto no aspecto do rendimento (melhora do nível físico, técnico e coreográfico no decorrer da periodização) quanto no resultado através das conquistas do primeiro lugar nos campeonatos Estadual e Brasileiro, qualificando desta forma o grupo à integrar a equipe brasileira para a disputa do Campeonato Panamericano por seleções.
2° MOMENTO – CAMPEONATO PANAMERICANO/COPA PANAMERICANA DE CLUBES (NOVEMBRO) - MODELO ATR
O 2° momento da temporada teve como objetivo principal a disputa do Campeonato Panamericano e a Copa Panamericana de clubes (30-1/dez).
O tempo mais curto de preparação entre o final do Campeonato Brasileiro (15/9/18) e as competições internacionais (30/11/18), juntamente com a evolução na condição físico-técnica das ginastas, tornou viável a utilização de uma adaptação de um modelo de treinamento conhecido por estruturação ATR.
Para evoluir, como neste caso, de um modelo de periodização tradicional à outro com um conceito mais contemporâneo é fundamental um nível bastante satisfatório da condição físico-técnica do atleta.
O resultado de algumas avaliações que serão apresentadas no decorrer do texto mostram a evolução física que o grupo apresentou durante o processo de preparação inicial possibilitando posteriormente fazer uso de uma ideia de treinamento organizado com um maior nível de intensidade e especificidade.
É importante ressaltar que a Ginástica Aeróbica é um esporte com grande exigência motora e que requer características específicas de seus praticantes, entre elas a potência muscular, sendo esse um dos aspectos mais significativos no desempenho da modalidade.
Os competidores de Ginástica Aeróbica possuem, de forma bem acentuada, a capacidade neuromuscular de desenvolver valores elevados de força durante o CAE (ciclo de alongamento-encurtamento) e desta maneira apresentar um bom rendimento em especialidades com grandes exigências de saltos, além de ressaltar que no código de pontuação da modalidade o grupo c, pertencente aos saltos, corresponde ao que possui a maior quantidade de elementos do regulamento vigente.
Daí a relevância desse estudo em apresentar alguns dados referentes a avaliação das forças relacionadas aos saltos.
Seguem as variáveis analisadas no decorrer do início dos treinamentos (janeiro) até após a disputa do Campeonato Brasileiro (setembro) .
Squat Jump (SJ), Counter Moviment Jump (CMJ) e Abalakov (ABK)
O SJ apresentou uma evolução na média do grupo de 6,5 % da avaliação de janeiro para abril, 3% de abril para junho e de 4% de junho para setembro. A melhora entre o início dos treinamentos (janeiro) e o pós-competição (setembro) foi de 14,5%.
O CMJ constatou uma evolução na média do grupo de 9,5% da avaliação de janeiro para abril, sem diferença de abril para junho e de 4,5% de junho para setembro. A melhora entre o início dos treinamentos (janeiro) e o pós-competição (setembro) foi de 15%.
O ABK atestou uma evolução na média do grupo de 7 % da avaliação de janeiro para abril, 0,5% de abril para junho e de 4,5% de junho para setembro. A melhora entre o início dos treinamentos (janeiro) e o pós-competição (setembro) foi de 12,5%.
A figura 09 apresenta os gráficos de desempenho das avaliações do SJ, CMJ e ABK.

Drop Jump – 20CM
No Drop Jump com altura de queda de 20 cm foram analisadas as variáveis Tempo de contato (TC), Tempo de voô (TV), Altura (ALT) e Índice Q (Q) o qual demonstra a relação entre o TC e o TV.
O TC ratificou uma queda na média do grupo (e essa diminuição é fundamental pois representa uma resposta mais rápida entre o toque no solo e a reação do salto) de 5 % da avaliação de janeiro para junho e uma diminuição de 2% de junho para setembro. Do início dos treinamentos (janeiro) até a pós-competição (setembro) ocorreu uma queda de 7,5%.
O TV constatou uma evolução na média do grupo de 4 % da avaliação de janeiro para junho e de 4,5% de junho para setembro. A melhora entre o início dos treinamentos (janeiro) e o pós-competição (setembro) foi de 9%.
A ALT atestou uma evolução na média do grupo de 8 % da avaliação de janeiro para junho e de 9,5 % de junho para setembro. A melhora entre o início dos treinamentos (janeiro) e o pós-competição (setembro) foi de 18%.
O Q apresentou uma evolução na média do grupo de 4 % da avaliação de janeiro para junho e de 7,5% de junho para setembro. A melhora entre o início dos treinamentos (janeiro) e o pós-competição (setembro) foi de 11,5%.
A figura 10 apresenta os gráficos de desempenho do TC, TV, ALT e Q referentes ao Drop Jump-20cm

MODELO ATR
A essência do conceito desta periodização contemporânea proposta por Issurin e Kaverin, proveniente de uma variação da estruturação do modelo em Bloco de Verkhoshanski, consiste na periodicidade e na permutação na orientação preferencial do treinamento.
A estrutura ATR é baseada em dois aspectos fundamentais: na concentração de cargas de treinamento sobre capacidades específicas e no desenvolvimento consecutivo destas capacidades trabalhadas em blocos de treinamento especializados (mesociclos específicos).
A orientação e natureza desses mesociclos é um reflexo dos seus próprios nomes: Acumulação, Transformação e Realização.
O treinamento deve ter seu início com o desenvolvimento das capacidades de maior efeito residual (ênfase na força máxima e capacidade aeróbia na etapa de Acumulação).
Na fase seguinte (Transformação) deve prevalecer as cargas de efeito residual médio (resistência de força e capacidade anaeróbia lática) e no mesociclo final (Realização) as de menor efeito residual (capacidade anaeróbia alática e cargas de competição).
Para modalidades de potência com alta coordenação, como na Ginástica Aeróbica, Issurin propõe a inclusão de treinos de força explosiva específica através dos exercícios de competição prevalecendo em relação ao aprimoramento da resistência de força na fase de Transformação.
Desta forma, uma das vantagens deste sistema é a oportunidade de conseguir efeitos de treinamento mais seletivos, imediatos e acumulativos, além de outras facilidades como as melhores possibilidades para otimizar o controle em cada mesociclo, reunião dos programas mais específicos de recuperação e transformação da perfeição técnica de acordo com a especificidade do momento da preparação.
As principais características referentes aos mesociclos específicos, seus objetivos, tarefas e conteúdo deste modelo de periodização (ATR) estão explanadas nas figuras 11 e 12.


O macrociclo foi composto de 10 semanas, sendo 3 delas dedicadas ao mesociclo de Acumulação, 3 utilizadas para etapa de Transformação e 4 voltadas à Realização. (Vide figura 13)

A semana pós-Campeonato Brasileiro foi destinado à um intervalo profilático de 4 dias (16-19/setembro) e a realização de algumas avaliações no período de 3 dias (20-22/setembro).
A carga horária média semanal de treino foi de 25 horas com a frequência de 5 x por semana (5h/dia), durante todo o macrociclo proposto.
As figuras 14 e 15 resumem os principais objetivos do treinamento em seus respectivos mesociclos da estruturação ATR utilizado no 2° momento da temporada.


A figura 16 mostra a percentagem total das sessões de treino e como foram distribuídas de acordo com a especificação de cada mesociclo.

Na Acumulação ficou evidente a preponderância das cargas gerais (preparação geral = 65%) seguida da preparação específica bem abaixo (20%) e 15% para o trabalho coreográfico.
No mesociclo de Transformação ocorreu uma inversão, as cargas voltadas para a preparação específica foram de 45%, seguida do treinamento coreográfico (30%) e um decréscimo grande da preparação geral para 25% do total das sessões.
Finalizando com o mesociclo de Realização a preparação específica, direcionada aos elementos de solo, saltos e flexibilidade ocupou 55% do total, a coreografia 40% e a preparação geral decaiu de forma abrupta para 5%.
Esses dados corroboram com a dinâmica das cargas previstas para o modelo proposto (ATR).
Ao analisarmos os tipos de cargas aplicadas na Acumulação, 65% foram de caráter geral e 35% específicas (preparação específica e coreografia), na Transformação 25% cargas de cunho geral e 75% específicas e na Realização 5% de carga geral e 95% de cargas específicas demonstrando a especificidade proposta neste protótipo de periodização. (Figura 17)

CONSIDERAÇÕES SOBRE O 2° MOMENTO DA TEMPORADA
O macrociclo proposto obteve êxito total em todos os aspectos, pois além de atingir o objetivo principal da temporada que estava aventado (medalhistas no Campeonato Panamericano por seleções e na Copa Panamericana de Clubes) veio coroado da conquista da medalha de ouro em ambas competições.
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos, tanto nas competições como nas avaliações físico-técnicas aplicadas no decorrer da temporada, indicam que a organização e aplicação do planejamento elegido neste estudo para o grupo infanto-juvenil na modalidade Ginástica Aeróbica Esportiva obteve sucesso nos objetivos apontados, entretanto, não se pode afirmar que este é o único modelo a ser seguido.
Cada atleta têm suas respectivas carências, potencialidades e objetivos específicos e de acordo com isso foram desenvolvidos modelos de planificação para cada momento distinto da preparação que respeitassem as características, individualidade e o nível de condição física, buscando diminuir as deficiências e aumentando as qualidades para melhorar o desempenho das ginastas envolvidas.
Os modelos de periodizações utilizados (Clássica e ATR) atingiram seus propósitos nas respectivas fases do ano no qual foram aplicados, além da conexão positiva promovida de uma planificação para a outra.
Na primeira fez-se a opção pelo uso do modelo clássico, fundamental para aumentar a preparação geral e possibilitar um melhor equilíbrio dos níveis físico, técnico e coreográfico das ginastas em função de algumas disparidades em seus índices de performance.
O tempo prolongado que tinham do início do treinamento (janeiro) para a primeira competição de relevância (setembro) ajustou-se muito bem para cumprir essa premissa.
Ao final desta etapa, além da conquista dos campeonatos Estadual e Brasileiro ficou evidenciado a evolução de algumas variáveis de desempenho envolvidas no comportamento da modalidade e a possibilidade para aplicação de cargas de forma mais concentrada.
A base gerada pelo modelo clássico, a evolução dos índices individuais e o tempo curto de preparação para as competições internacionais proporcionou a utilização adaptada de um modelo de estruturação contemporânea conhecido por ATR, operando de forma muito satisfatória culminando com as conquistas do primeiro lugar nas competições internacionais, os reconhecidos Campeonato Panamericano por seleções e Copa Panamericana de Clubes.

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